quinta-feira, 23 de abril de 2009

A oposição

Esquerda, direita, centro, qual a sua posição política? Qual a real diferença entre um extremo e outro? Seria somente um resquício da Guerra Fria, onde o mundo se tornou bipolar e o comunismo e capitalismo se atracavam? Constatar isso pode até ser útil, mas mais importante ainda é observar que ao longo de toda história da humanidade, seja ela debaixo de um governo monárquico ou democrata, sempre houveram os oposicionistas.

Sim, aqueles caras chatos que refutam e criticam tudo o que a grande maioria (ou os que tem poder) fazem, são os que em tese mais contribuem para o pensamento humano, não porque fizeram algumas poucas mudanças mas porque questionaram, permitiram a dúvida do obviamente correto. No entanto, na política brasileira, por que não dizer na política capitalista, o que ocorre é a visão única dos próprios interesses. Enquanto a oposição tem um papel instigante pelo fato de trazer a discussão sadia e a visão global de interesses, ela cumpre seu papel, quando, porém os oposicionistas discordam somente por discordar, atrasam o avanço do pensamento somente por que tem problemas pessoais com quem propôs a idéia.

Essa imbecilidade não é mal vista por alguns por que não traz prejuízos imediatos. Na dita Era da Informação, somente o que te traz prejuízos a curto prazo pode ser considerado desvantagem. Se algo tiver consequência para um futuro de longo prazo, esse futuro provavelmente será incerto.

O dito atraso na política é marcado basicamente por picuinhas entre oposição e o governo, ninguém pensa que está representando o povo, colocam os interesses pessoais em primeiro lugar, os interesses partidários em segundo e de vez em quando pensam que tem de agradar o eleitorado. No fim das contas, tudo não passa de um mero jogo visando o próprio umbigo. Um teatro seria a melhor definição para o tragi-cômico espetáculo que sempre foi a política em essência. O pior de tudo talvez seja o fato de que os atores dessa peça, além de interagirem uma única vez a cada quatro anos com a platéia, cobram os ingressos com preços absurdos. A oposição atualmente somos nós mesmos, lutando para que o roteiro desse filme seja mudado.

Creditos ao raphael, autor do texto.
Fonte: http://rapensando.blogspot.com

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Rótulos

Bom pessoal atualmente ando sem muito tempo para fazer postagem, devido estudos e esforços para arrumar um emprego.
Mais hoje vou atualizar com um texto extraido do blog Rapensando do Raphael, texto muito interessante...

Rótulos

É comum ouvirmos certos clichês como: "Não me rotule", "Não sigo religião, sigo a Cristo", é a fobia a rótulos, tão prejudicial quanto aquele que se limita ou limita os outros pela generalização de uma definição qualquer.

No cristianismo e dentro de qualquer outro contexto traçamos perfis preconceituosos a partir da suposta amplitude que uma restrita definição dá. Por exemplo, tendemos a dizer que todo idealista comunista é necessariamente totalitarista. Esse fato específico é interessante pois, apesar da grande maioria da liderança comunista ter sido totalitarista uma coisa não está atrelada a outra. Fazer conexões no campo das definições por mera suposição empírica de que o passado se repetirá é uma atitude restritiva e não uma análise satisfatória da realidade.

São os velhos exemplos sobre tal assunto que podemos observar: nem todo socialista é ateu, nem todo crente é chato, nem todo capitalista é democrata. Enxergar além disso é também aprofundar a definição em si e o humano com o rótulo humanístico: diversificado.

O perfil de alguém não pode e não deve ser traçado através de um único rótulo, podemos ser rotulados, mas que isso não nos restrinja. A consequência prática mais importante da diversidade humana é a possibilidade de mesclarmos definições e partirmos para uma nova, aceitando também a possibilidade de tal nova idéia poder se fundir, é assim que o conhecimento avança, questionando e não impondo.

Pensar na via única de suposições também nos limita no sentido de que podemos ser sim, por exemplo, cessacionistas sem necessariamente seguirmos a Calvino, há sim a possibilidade de sermos cristãos e anarquistas, ateus e ao mesmo tempo democratas.

Nesse sentido, é impossível fazermos uma projeção do que uma pessoa realmente é partindo do simples pressuposto que um fato que acontece com a maioria acontecerá a todos. Diversidade de definições, diversidade de opções, sem contradições, sim isso é possível.