sexta-feira, 30 de julho de 2010

O amor tem dessas coisas

Uma poesia que resume basicamente o que venho passando. Confira!!!!!



O amor tem dessas coisas.

Ah se ela soubesse
Que suas palavras de segundos,
Que ela julga sem importância,
Ecoam horas
Em meus ouvidos.

Ah se ela soubesse
Que seu rico sorriso
Traz imensa alegria
Para minha pobre alma.

Ah se ela soubesse
Que seu simples toque em meu corpo
Proporciona prazeres
Inimagináveis em meu coração.

Ela desconhece
O tamanho do meu tormento.
Talvez não saiba também
Que não se controlam desejos
Muito menos sentimentos.

Reconheço o fato de amar
E não ser amado.
Reconheço o fato de sonhar
Todos os dias que estou com ela
Sempre do meu lado.
Reconheço que depois
De todos os desprezos
Ainda continuo apaixonado.

Reconheço que a tristeza
Abrigou-se
De forma vitalícia
Em minha vida
Depois desse
Platônico e bandido amor.

Mas o meu maior pesar
Não se encontra na minha tristeza.
Meu pesar se encontra na felicidade
Que ela carrega no rosto
Vendo minha decadência.

Pior que não ser amado
É ter os mais puros
E sinceros sentimentos
Humilhados e ironizados.



Autor: [BrunoRico]

domingo, 18 de julho de 2010

Breu


As pessoas andam tristes,
Parecem prever o fim derradeiro.

É tudo tão avulso,
E os sentimentos andam tão sorrateiros.

É tudo tão confuso,
E os dias caminham tão rotineiros.

As retinas não parecem mais brilhar como antes,
Os casais não se amam mais como velhos amantes.

É tudo que vira nada,
É nada que vira nada de novo.

É a poeira que acumula na estante,
É a gota de esperança
Que seca em questão de instantes.
É o cavaleiro incerto
Que já cavalga de forma errante.
É a poesia incoerente,
Onde a vogal já não se entende com a consoante.

Tudo parece tão distante,
E o que está perto já não é o bastante.

As frustrações se acumulam,
Os sofrimentos se perpetuam,
Pessoas iguais ainda se rotulam.

É tudo que vira nada,
É nada que vira tudo de novo.

É a valsa que se deixou de dançar.
É o sonho que perdeu-se no caminho
E esquece-se de realizar.
É o objetivo traçado que se tornou alado
E não se conseguiu mais alcançar.

Quisera eu poder voltar,
Voltar para um tempo onde não se contava o tempo;
Voltar para o meu devido lugar,
Aquecer-me novamente no ventre
Que durante nove meses fora meu verdadeiro lar.

Está tudo tão frio,
Chego a sentir arrepio em pleno estio.
Os semblantes andam sombrios,
Ninguém mais defende o próprio brio.

Vez ou outra surge um suspiro de salvação,
Depois descobrimos que era tudo mera ilusão.

Alguns fogem para as igrejas
Para tomar sermão,
Outros correm na contramão
E terminam na prisão,
Mas a maioria ainda se encontra sem direção,
Pecando de dia e a noite pedindo perdão.

Só sei que o dia se tornou
Noite sem lua,
E a noite se tornou
Dia sem sol.

Tudo está tão escuro,
Tudo está tão igual.
Nada muda,
Nada mudará.

O que era benéfico se tornou finito,
Em contrapartida,
O breu parece um malefício infinito.





 Autor: BrunoRico