sábado, 15 de novembro de 2008

Made in Brazil

Meu, a muito tempo eu curto umas paradas ai que muitos ignora. Muitos pensam que eu tenho uma mente voltada para o mau, mas eh diferente...
Digo com todo orgulho que escuto rap e isso eh deste pequeno, no começo eu percebia muita violencia nas letras de rap, principalmente nas musicas do facção central que hje um dos maiores letristas do mundo, realidade nua e crua do holocausto urbano mundial. Foi então que começei a buscar as origem do movimento e se hje eu to com este blog no ar foi inspirado no rap, se hje tenho uma visão mais coerente da guerra urbana que o pais vive foi ouvindo rap..
E neste post de hoje vou postar uma poesia feita pelo meu parceiro Bruno Rico que tambem faz um otimo trabalho em proll da divulgação do rap e do entendimento das letras das musicas, sempre que posso eu to lendo seu blog q por sinal eh muito louco (www.mundodorap.blogger.com.br). Recentemente ele abriu outro blog so para poesia e eh desse blog que posto essa poesia (www.sentimentocritico.blogger.com.br).
Confira!

Made in Brasil.

Sou cria da rua,
Sou cria do mundo.
Meus criadores não me quiseram,
Me jogaram no mundo,
Me fizeram imundo.

Moro no asfalto.
Profissão?
Fazer assalto.

Cresci torto em meio a olhares tortos.
Cresci pulando fases.
Virei adulto sem conhecer a infância,
Virei adulto sem conhecer o afeto.
Virei vilão sem conhecimento de ninguém.

Hoje não me chamam mais pelo nome,
Na verdade nem eu sei mais o meu nome,
Mas todos me chamam de elemento.

Às vezes quero matar o mundo.
Às vezes quero mudar o mundo
Às vezes quero fugir desse mundo.
Mas uma coisa é certa:
Eu não gosto desse mundo.

Certo dia percebi que haviam seqüestrado a minha vida.
Percebi também que eu era refém do meu passado.
Era refém dos meus criadores dissimulados e hipócritas
Que negavam a minha existência.
Conclui então que se sou refém do passado
Futuro eu não terei.
Já fui julgado por atos que nem cometi.
Já existem manchas no meu futuro mesmo sem lá eu pisar.
Já me prendem pelos crimes que ainda nem cometi.
E se não tenho futuro o que me resta?

Às vezes sinto-me como uma roupa velha,
Daquelas que ninguém mais quer usar,
Daquelas que já está rasgada de tanto se remendar.
E quando algo já não presta mais o dono joga fora.
Ninguém quer perder tempo consertando remendos.
Só que as roupas velhas possuem etiquetas,
Pois um dia elas foram novas
E foram criadas em algum lugar.
Assim como as roupas eu não nasci remendado.
Nasci limpinho, sem manchas.
Mas fui criado numa fábrica.
Por isso na minha etiqueta
Lê-se: "Made in Brasil."

Autor: Bruno Rico



2 comentários:

Anônimo disse...

ai velhO é pura rearidade.. nua e crua que as elites esqueçem dii mostrar na tv....


siii cuida velhO..

contiua assim na luta sem pansar pro que os outros pensam...

Raphael Rap disse...

Feito no Brasil pela industrialização inegavelmente torturadora e exploradora. Uma boa letra sem sombra de dúvida. Eu também comecei a gostar de rap ainda bastante pequeno, acho que desde que ouvi pela primeira vez, uns 9 ou 10 anos...

Muito bom post...