segunda-feira, 19 de abril de 2010

Unidade na diversidade

Longe de ser um texto de auto-ajuda, que ludibria pessoas com a falsa esperança de que elas, sozinhas, em atitudes egoísticas, podem se ajudar, a intenção aqui é fazer com que possamos entender o real sentido de cooperação e da importância de um único indíviduo numa sociedade. É a velha dicotomia: um elemento molda a sociedade ou a sociedade molda o indivíduo?

São comuns os argumentos relacionados à ineficiência de uma única pessoa no famoso “mudar o mundo”, muitos desistem de projetos de cooperação pelo simples fato de acharem que tal coisa não terá efeito algum. Fico pensando em como seria o mundo um lugar mais justo e melhor de viver (mesmo que tais conceitos sejam muito relativos) se muitos não desistissem. Longe de nos tornarmos um Joseph Climber, penso e creio que é possível fazermos diferença não como Gandhi ou Luther King, mas como um dos que acreditaram no que eles falavam, eram muitos por isso fizeram a diferença.

Vejamos o caso clássico: Segunda Guerra Mundial, onde estavam os ditos cristãos protestantes e católicos que em sua anuência silenciosa deixaram que judeus morressem por uma eugenia imbecil? Foi preciso uma denominada “seita” chamada Testemunhas de Jeová (sim, aqueles que te enchem o saco nas manhãs de domingo) denunciar e consequentemente também serem mortos por seguirem o ideal de que as coisas deveriam ser iguais para todos.

Se queremos que as coisas mudem, devemos enxergar de forma prática o que podemos mudar no mundo em que estamos inseridos, seja ele uma cidade do interior, seja ele um bairro populoso de uma grande cidade. Compreender nossa capacidade de ação é consequentemente agir. Nós, na atualidade, não precisamos de um líder para nos ditar o que deve ser feito como algo bom. Apelemos para nossa humanidade, tão corrompida mas ainda com resquícios do que consideramos divino, aquilo que consideramos bom, sentimentos que exaltamos.

Nossa humanidade, através de nossa consciência, clama por afeição, por felicidade, por misericórdia, tais sentimentos desprezados, quando nos são tirados fazem com que a vida se torne algo tão rude quanto uma pedra.

Abaixo um vídeo do último discurso do filme O Grande Ditador de Charles Chaplin e logo após a transcrição de alguns trechos do discurso.



(...)

Todos nós desejamos ajudar uns aos outros. Os seres humanos são assim. Desejamos viver para a felicidade do próximo – não para o seu infortúnio. Por que havemos de odiar e desprezar uns aos outros? Neste mundo há espaço para todos. A terra, que é boa e rica, pode prover a todas as nossas necessidades.
O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém nos extraviamos. A cobiça envenenou a alma dos homens... levantou no mundo as muralhas do ódio... e tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e os morticínios. Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria. Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, empedernidos e cruéis. Pensamos em demasia e sentimos bem pouco. Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido.

(...)

Não sois máquina! Homens é que sois! E com o amor da humanidade em vossas almas! Não odieis! Só odeiam os que não se fazem amar... os que não se fazem amar e os inumanos!
Soldados! Não batalheis pela escravidão! Lutai pela liberdade! No décimo sétimo capítulo de São Lucas está escrito que o Reino de Deus está dentro do homem – não de um só homem ou grupo de homens, ms dos homens todos! Está em vós! Vós, o povo, tendes o poder – o poder de criar máquinas. O poder de criar felicidade! Vós, o povo, tendes o poder de tornar esta vida livre e bela... de faze-la uma aventura maravilhosa. 

TEXTO EXTRAIDO DO BLOG RAPENSANDO.

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