domingo, 13 de abril de 2008

A chama

A chama

No meio do caos da manifestação
Monstros aparecem através da multidão
Metade homem metade cavalo
Carregando em punho, o fim da vida em um estalo
Ideologias, gritos, choros
Os animais levam consigo a repressão em seu couro
Uma bala corta a atmosfera densa
E se crava no corpo daquele, que pela liberdade lutava[em sua face mais intensa.
O sangue se entrelaça pelas garras da ditadura
Edson que bradava por justiça, agora murmura
A escuridão no peito de todos profetiza seu judaico jubileu
Mas sobre ele pairou sua alma
Partiu-se, e ao coração dos que lá estavam levou calma
Pois a chama que dentro de todos havia
Não se apagara
Pelo contrário
Mais forte ardia!
Os jovens estenderam o corpo vazio sobre suas cabeças
Levaram-no como se fosse uma lamparinaIluminando o caminho daqueles que agora sentiam, dentro de si[a chama brilhar ainda mais acesa.